Maldito Novembro

Aquele lápis usado para fazer rabiscos no canto da folha de papel quebrou a ponta,
não há apontador por perto e a borracha foi passada.

Percebo entre as linhas, que fui e sou apenas mais uma linha no seu caderno.
Maldito Novembro, cinza, chuvoso e doloroso.

Segundas-feiras, microondas e blusa desconhecida no corpo,
dói, expõem desprezo e indiferença! 

Mais gotas de chuva!
Maldito Novembro.

Quadro-negro borrado de poeira branca e alergica,
notas musicais sem compaso, vindas da fanfarra da sala ao lado.
Trazem sonoridade doentia, gosto de sangue.

Já não ouço mais a voz do mestre,
o vázio chega ser tão ruim quanto o silêncio!

Maldito Novembro,
que me faz avaliar a paz distante.

Published in: on novembro 22, 2008 at 7:09 pm  Deixe um comentário  

Hora de ir

Consegui finalmente gritar,
asfastar meus fantastas.

Fizemos um acordo,
eu desistiria da vida,
e eles me dariam morfina.

Agora já não sinto mais nada,
me sinto completamente anestesiado.

Minha garganta está se fechando,
a asfixia agora é inevitável,
pouco ar se instala no pulmão!

Mãos tremulas,
pulso fraco,
uma luz!

Published in: on novembro 16, 2008 at 2:06 am  Deixe um comentário